EDUCAÇÃO SALESIANA

EDUCAÇÃO SALESIANA

Na escola, essa perspectiva implica articular o ensino e a aprendizagem, o conteúdo e a
forma de transmiti-lo, proporcionando, cada vez mais, um ambiente escolar favorável à
aprendizagem, no qual todas as ações favoreçam o processo múltiplo, complexo e relacional
de conhecer e incorporar dados novos ao repertório de significados. Assim, aquele que
aprende pode utilizá-los na compreensão dos fenômenos e no entendimento da prática
social.

Resumindo, a função da escola está diretamente ligada a ensinar a conhecer, formar para
compreender, desenvolver o pensar para que as crianças e jovens saibam lidar com as
informações e estabelecer entre elas, sejam qual forem, mas, mais que isso, saibam
escolher, decidir, projetar, agir e criar, porque conhecem.

Do projeto pedagógico da RSE, é importante destacar que:
A proposta salesiana – baseada na razão, na religião e no amor educativo, aspectos que
estão inter-relacionados tanto nos fins e conteúdos como nos métodos e meios, visando ao
desenvolvimento integral da criança e do jovem – apresenta o currículo, levando em conta a
cultura herdada da humanidade e as questões modernas do homem e da sociedade. A
abordagem do conhecimento deve superar a educação meramente especializada ou
acadêmica, entendendo o aluno como ser uno, atendendo-o em suas diferenças. A
perspectiva salesiana valoriza as pessoas em seu processo de individualização e
socialização, as realidades terrenas, desenvolvendo o sentido crítico, cuidando da
preparação para a liberdade, para a vida e o exercício profissional.

Isso implica organização e planejamento da escola e do ensino para que se alcance
afetivamente espaço do conhecimento de natureza tanto científica, quanto social e ética.
Resultam daí consequências diversas estabelecidas no Projeto Pedagógico da RSE. Algumas
delas estão detalhadas nos projetos e outras, de natureza mais didática, merecem análise
mais cuidadosa.

Toda a estrutura do ensino, seu planejamento, as atividades, os recursos e a avaliação
exigem reflexão dos educadores e ações coerentes com as metas estabelecidas pelo projeto
pedagógico de cada escola.

Uma vez que aprender significa estabelecer relações, é necessário que as atividades
propostas estejam relacionadas ao universo de conhecimentos, experiências e vivências do
aluno, para que ele possa ir além, ultrapassar o senso comum e posicionar-se. Isso não
significa que tudo deva estar diretamente ligado à prática ou à realidade concreta
observável, mas sim que permita ao aluno entender a lógica do que lhe é ensinado a partir
do que ele sabe.

As atividades e tarefas devem favorecer ao aluno formular problemas e questões que de
algum modo o interessem, o envolvam ou que lhe digam respeito. Nesse sentido, ensino e
avaliação se aproximam, pois a formulação de novas questões só é possível a partir do que
foi compreendido.

A avaliação, entendida como articuladora dos processos de ensinar e aprender, é pensada
de tal modo que o aluno possa participar com responsabilidade do processo de aprendizagem não apenas durante as atividades mas também ao tomar consciência do que ele já sabe, do que precisa aprender e do que ainda é uma dificuldade para ele.

A percepção da aprendizagem passa pela avaliação, e também pela oportunidade de o aluno
transferir o que aprendeu na escola para outras circunstâncias e situações de vida. Ou seja,
a aprendizagem deve provocar modificações no comportamento e até mesmo na formação
do aluno, de modo a torná-lo capaz de enfrentar situações diversas e elaborar seu projeto
de vida pessoal. Para a intervenção crítica na realidade e para o desenvolvimento de uma
postura cidadã, é importante a vivência de simulações de situações práticas, experiências de
vida com problemas realistas, em contexto conhecidos ou distantes dos alunos.

O processo de aprendizagem que se estrutura da forma como foi colocada até aqui
denomina-se aprendizagem significativa. Apesar de parecer óbvio, algo que é aprendido só
modifica os valores, as motivações, o sistema conceitual e a própria autoestima daquele que
aprende se “fizer sentido” para ele. Ninguém aprende pelo outro.

Quanto mais significativo o conteúdo aprendido, tanto mais rápido será o próprio processo
de aprendizagem. Ou seja, é menor o número de repetições necessárias para aprender e
mais duradoura é a disponibilidade do conteúdo na rede de significados do aluno.

 

Fonte: Metodologia – Coleção da RSE