Este poema, escrevi, para homenagear a minha grande amiga, Irmã Zélia, que partiu na madrugada do dia 26/03/2020. Lutou tanto para realizar o seu grande sonho de reconstruir o “Patronato”, hoje, Fundação Menino Jesus. Seu sonho era tão grande que, a princípio, só cabia na sua cabeça e coração.

Vai em paz, minha amiga. VAI PARA ONDE O SEU OLHAR APONTA. Que não se apague entre nós esse olhar brilhante, esse simples sorriso! (Maria Helena Correa)

E eu pensava que já sabia tudo ...

Da vida, da morte, do mundo, das coisas!

Pensava que já sabia tudo!...

De repente, você veio e me pegou de surpresa:

“perdeu, perdeu!”

Muitos disseram: “ ela vai fazer falta! ”

Acredite quem quiser! 

Eu quis até questionar o “Homem lá de cima! ”

Mas... quem sou eu, “eterno aprendiz”?

Pensei que já sabia tudo.

Acreditava que você, Irmã Zélia, era muito necessária,

única, insubstituível.

Qual menino do dedo verde,

transformou lugares sombrios em jardins floridos.

Dedicou seu tempo, entregou sua vida.

Ah!  Eu sempre achei que os jardineiros jamais partiriam!

(Eles espalham sementes, sorrisos, esperanças.

Cuidam, regam, podam.

Conhecem cada flor, cada botão.

Sabem de que precisa cada um, cada uma).

Ledo engano!...

De repente, você chegou e me pegou de surpresa;

“perdeu, perdeu!”

Levou de nós alguém tão especial preciosa.

Que jamais poderia partir assim sorrateiramente, de madrugada! ...

Mas, você se foi, Irmã Zélia, e nem de nós se despediu.

De grande, sábio, cheio de idéias e conceitos,

Me tornei pequeno, confuso...um ser pensante...

Não pedi explicações, mas gratuitamente os céus

 Incumbiram de me responder:

“Cedo ou tarde, também os jardineiros precisam subir.

Para de cima fazer choverem novas sementes

Que cobrirão o chão de bênçãos, sonhos e esperança.

E a terra toda então voltará a florir!

Perdão, meu Deus, agora entendo:

 Sou apenas “eterno aprendiz”!

Vai em paz, amiga!  Vai para onde esse seu olhar aponta!

26/03/2020